IVAR x IGP-M: Qual o Melhor Índice para reajustes de Aluguéis?
O reajuste do valor dos contratos de locação de imóveis residenciais é um aspecto crucial nas negociações entre inquilinos e proprietários.
Escolher o índice correto para calcular esse reajuste pode impactar diretamente o equilíbrio financeiro do contrato, assim como a satisfação das partes envolvidas.
Entre os índices mais utilizados atualmente, destacam-se o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), desenvolvido especificamente para o mercado de locação de imóveis residenciais, e o tradicional Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), amplamente adotado em contratos de aluguel há décadas.
Cada um desses índices possui características únicas, vantagens e desvantagens que podem influenciar na negociação e na gestão dos contratos de locação.
Enquanto o IVAR reflete melhor as condições reais do mercado de aluguéis residenciais, o IGP-M, mais abrangente, sofre influências de variáveis econômicas externas.
Neste artigo, vamos explorar as principais diferenças entre esses dois índices, seus pontos fortes e fracos, e como eles podem ser utilizados de forma estratégica para beneficiar tanto inquilinos quanto proprietários.
O que é o IVAR?
O IVAR é um índice específico para o mercado de aluguéis residenciais, desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ele reflete a variação dos preços de aluguéis em quatro capitais brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre.
O IVAR utiliza dados reais de contratos de locação, o que o torna uma medida precisa e focada no mercado de aluguéis.
Vantagens do IVAR:
- Reflete diretamente o comportamento dos aluguéis residenciais.
- Baseado em contratos reais, refletindo o que de fato está sendo pago.
- Menor volatilidade em comparação a outros índices, como o IGP-M.
- Mais alinhado com as tendências reais do mercado imobiliário.
Desvantagens do IVAR:
- Abrange apenas quatro capitais, o que limita sua aplicabilidade nacional.
- Dados são anônimos e dependem das empresas que reportam contratos, o que pode gerar alguma defasagem.
- Ainda é um índice novo e pouco utilizado em comparação a outros índices mais consolidados.
O que é o IGP-M?
O IGP-M é um índice amplamente usado para reajustes em contratos, inclusive de aluguéis, e é calculado pela FGV.
Ele considera uma média ponderada de três outros índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Diferentemente do IVAR, o IGP-M reflete a inflação em setores diversos da economia, não apenas o mercado de aluguéis.
Vantagens do IGP-M:
- Reconhecido e amplamente utilizado em contratos de aluguel.
- Cobre uma ampla gama de setores da economia, o que o torna versátil.
- Disponível em nível nacional, sendo aplicável a qualquer região do Brasil.
Desvantagens do IGP-M:
- Pode ser muito volátil, já que é influenciado por fatores externos como o dólar e o preço das commodities.
- Nem sempre reflete a realidade do mercado de aluguéis, gerando ajustes que podem não ser justos para ambas as partes.
- Menos específico para o mercado de locação, podendo gerar distorções nos valores.
IVAR x IGP-M: Qual Escolher?
A escolha entre o IVAR e o IGP-M depende das necessidades de inquilinos e proprietários.
O IVAR é ideal para quem busca um ajuste mais alinhado com o mercado de aluguéis, enquanto o IGP-M pode ser mais adequado em contratos comerciais ou para quem deseja um índice já consolidado.
É fundamental avaliar qual índice melhor reflete a realidade do seu contrato e negociações.
Conclusão
Ambos os índices têm vantagens e desvantagens.
O IVAR oferece uma medição mais próxima do mercado de aluguéis residenciais, enquanto o IGP-M, embora amplamente utilizado, pode ser influenciado por variáveis externas.
Compreender essas diferenças permite a inquilinos e proprietários tomarem decisões mais informadas e alinhadas com seus interesses.